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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Mãe corre com filha cadeirante e mostra que esporte é integração

 - Atualizado em 

Há dois anos, Claudia Schaefer começou a correr com Bia como uma forma de exercitá-la. Hoje, é a jovem de 17 anos que incentiva a mãe nas provas


"Olá, sou Claudia Schaefer, 45 anos, professora de educação infantil da prefeitura de São Paulo, moro em São Paulo, divorciada e tenho uma única filha Beatriz (Bia) atualmente com 17 anos. Ela nasceu com deficiência física, mental e auditiva, utiliza a LIBRAS como forma de comunicação, sem diagnóstico fechado. Bia foi submetida às cirurgias ortopédicas e faz tratamento de reabilitação: fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Atualmente, anda com dificuldade pequenos percursos, estuda em duas escolas: Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Madre Lucie Bray e Centro de Reabilitação Educacional e Social para Crianças Especiais.

Claudia Schaefer e sua Filha Beatriz, Minha História, Eu Atleta (Foto: Arquivo Pessoal)


A necessidade de exercitá-la e a minha paixão por correr foi o que me impulsionou a entrar no mundo das corridas de rua. Foi no parque Horto Florestal, em 2010 que tive a certeza de que ela também herdou da mãe essa paixão. Com os treinos de marcha observava a vontade de andar apressadamente, em princípio achei que era para definir
equilíbrio, posteriormente, notei que correr era o que ela desejava. Quando a coloquei em sua cadeira de rodas, e conduzindo-a, fiz um trote leve, a expressão de alegria em seu rostinho não me deixou dúvidas, naquele momento sentia que era ela que corria, e não eu. Minhas pernas eram dela, éramos uma única pessoa sentindo a alegria a flor da pele! Foi em outubro de 2010 nossa primeira corrida oficial, de 10 km. Tenho certeza de que foi a melhor emoção da minha vida e da Bia. Desde esta corrida, não paramos mais.

A cada corrida, colecionamos mais amigos, pessoas movidas pelo mesmo desejo, correm cada um com um propósito, mas todos felizes! Em cada corrida, posso sentir a solidariedade, admiração e respeito. Inicialmente, a Bia era somente “minha”, eu a conduzia do começo ao fim das corridas. Hoje, nas provas, amigos fazem questão de me ajudar a conduzir a cadeira durante o percurso - principalmente nas subidas que exigem mais esforço -, além de compartilhar água conosco e anunciar a chegada da Bia, para que os outros corredores deem espaço para passarmos com a cadeira.
A Bia é uma atleta que ao misturar-se com todos sente-se incluída no grupo. No momento da corrida, o que importa é correr, e frequentemente coloca sua mãozinha para traz esperando que eu a toque como forma de expressão ”vai mãe, estamos juntas nessa!”. Cada dia sinto minha filha mais interessada, mas participativa, mais feliz!
Galeria Claudia Schaefer, Minha História Eu Atleta (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)

A Bia está cada vez mais pesada, sua cadeira não é adaptada para corrida, meu desafio está em continuar a fazê-la participar das corridas. Tenho convicção, regada à persistência, de que através de treinamento certo, sem exageros com fortalecimento muscular, é possível conduzir a cadeira por muitos e muitos anos. Meu desejo por vê-la feliz é maior que as dificuldades encontradas. Já tive algumas lesões que são normais em corredores. Desistir: NUNCA! Cai e levanta, é assim o ciclo da vida! Maior desafio este ano: correr a São Silvestre junto com todos os meus amigos corredores! Vai ser só festa!.

Meu maior sonho é ver pais, familiares empurrando a cadeira de rodas dos seus filhos, parentes e poder sentir como eu sinto a alegria de vê-los inclusos, participativos, integrados. É perceber que toda e qualquer pessoa, seja em qual condição esteja, é capaz de praticar esporte! Que consigam perceber que a impossibilidade de movimento, de fala, não significa que dentro dessa pessoa não exista alguém que tem desejo por ser melhor, por conquistar o seu espaço, por conseguir fazer parte da sociedade como qualquer atleta.
Claudia Schaefer e sua Filha Beatriz, Minha História, Eu Atleta (Foto: Arquivo Pessoal)Aprendi que depende de nós, ninguém vai fazer por você! O amor nos dá a força necessária para transformar e elimina qualquer obstáculo. Acreditar no potencial, mesmo que a pessoa tenha todas as dificuldades. É possível correr de diversas formas e jeitos. “O normal é ser feliz!”.
Retirado de http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/minha-historia/noticia/2012/11/mae-corre-com-filha-cadeirante-e-mostra-que-esporte-e-integracao.html

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